Guarulhos, 29 de agosto de 2024.
Luzimar Soares*
Para quem está no século vinte um
Difícil os anos de mil novecentos ser um tempo comum
Mas foi nesse período, precisamente na década de cinquenta
Que pensamentos confluem e uma nova vida se apresenta
Dessa nova vida, muitos rebentos surgiram
E cada um do seu jeito suas vidas seguiram
Ao longo das suas caminhadas, muitas barreiras enfrentaram
Todavia de uma forma ou de outra todos se ajeitaram
Cresceram, desenvolveram, criaram, construíram, edificaram
Filhos, netos, negócios, empregos, estudos, caminhos se modificaram
E eis que chegou o momento de decidirem estradas, movidos pela razão
Seja ela racional ou não.
Na ordem das prioridades, dizem só podemos ter uma
Mas, talvez tenhamos algumas
Se, posso cuidar do outro mesmo cuidando de mim,
Acredito que é possível colocar muitas “flores no jardim”
Na estrada o pavimento pode ter muitos materiais
Uns muito bons, outros ruins, mas sempre essenciais
E assim, seguimos na construção muitas vezes com dor,
Mas, ainda que contido, sempre permeada de amor.
E o legado da vida de Vicentina e José, permanecerá em nós
Através dos nossos atos, cuidados, e vidas ainda que veloz.
Não abriremos mão daquilo que nos edificou, educou e moldou
Nossos pais representam tudo que nos unificou
Permanecemos família, parceria, estudo e vida
Sobrevivendo as agruras da vida que pode ser colorida.
Viva Vicentina, viva José, viva herdeiros!
Em 27 de agosto de 2024 José da terra partiu
Deixou, deixou herdeiros que sua falta sentiu
Mas deixou acima de tudo o amor que semeou
Semeou com resiliência, cuidado e paciência que a todos permeou
Seguiremos seu legado, cuidando e sendo cuidados
E, na estrada da vida, não deixaremos de amá-lo.
*Luzimar Soares é historiadora (PUC-SP/USP).
O cordel é uma homenagem de Luzimar Soares ao seu saudoso pai, conta com as ilustrações do historiador e artista Alcides Oliveira.
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