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  • Foto do escritorCris Campos

Benjamin Button

São Paulo, 20 de março de 2024.

Cris Campos*


Quando assisti ao filme em que Brad Pitt nasce velho e começa a rejuvenescer até virar criança, não sabia que era baseado num conto de Fitzgerald. Muito menos que um belo dia eu também desenvelheceria. O que levou Scott a escrever O Curioso Caso de Benjamin Button foi uma frase de Mark Twain: “Pena que a melhor parte da vida vem no começo e a pior no fim”.


Comigo aconteceu parecido. Entre meus dois casamentos, a todo momento era intimada pelas amigas a pôr o nariz pra fora de casa. Muitas vezes, preferia ficar em casa fazendo tricô. E tinha que ouvir: “Parece uma velha! Só falta o chazinho!” Não se conformavam que eu gostasse daquele hobby de velhinha. Como Benjamin, nasci uma anciã e aprendi a fazer tricô e crochê com minhas tias antes de aprender a andar.



Crédito da imagem: Wix.




A buttenização começou há 2 anos. Eu que sempre fui dona do meu nariz, me deixei adotar por 2 gatos que decidem sobre tudo que entra e sai daqui de casa. Lãs e linhas de tricô, por exemplo, são brinquedos deles. Caixas de papelão são os seus carros. Cedi, claro. Também desisti de cultivar flores e plantas, outro hobby compatível com minha idade.



Crédito da imagem: Wix.



Às vésperas de me aposentar estava pensando em voltar a fazer o que faço melhor: escrever. Tipo a Dora do filme Central do Brasil. Uma postagem do Jarbas Agnelli, filho do meu amigo Laerte me rebobinou de vez. Segundo ele, que é músico e diretor de cinema, quem vai se sair melhor na era da IA artificial são velhotes como eu que tem muito mais vocabulário que as novas gerações. Conversa vai, conversa vem, hoje ele me sugeriu escrever prompts. Pra quem até outro dia nem sabia o que era isso, cheguei a adolescência!




Cris Campos é redatora publicitária por 30 anos, Cris é funcionária aposentada do Judiciário. Desde criança adora ler e ver filmes. Tem publicado suas memórias em mini crônicas no Facebook. Seu texto é gostoso. Às vezes divertido, outras comovente, muitas irônico. Encontra sempre um gancho entre acontecimentos atuais, filmes, livros e suas próprias lembranças. Se um dia forem publicadas poderiam se chamar “Ganchos e Garranchos”.


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